Silencia a alma negra, rígida e obscura
Calando na amargura quão sentimento,
Nefasto que agoureiro assombra em agrura
Sufoca na presença sonho e lamentos.
Sofrer que no cansaço dor se apodera
Exprime na razão que muda se implora;
No entanto angustioso amor lhe trouxera;
Da lástima, na dor conter de que chora!
Por cego que da luz faltante se prende
Andar, de que impossível: ferem no os tombos.
Obscuro no traçado de onde se ancora.
Por onde que se na alma fria desprende
Perduram se nas asas luz e dos rombos.
Sentindo, firmemente a dor da penhora.
Barrinha 10 de janeiro de 2021