UM GRÃO DE AREIA.
Sentimo-nos em tais e como grãos de areia
Nas sarjetas por onde as chuvas as levam
Pelos bueiros em córregos descarregam,
Construção nos tornando, rio não assoreia.
Ignorantes que somos não nos admitimos
Arrogantes os seres, tanto em certas gentes.
Enquanto sendo assim em que nos resistimos
Mundo sofre pagam por tais os inocentes.
Conosco o Criador tanto sente que aflito
Em nada sendo tudo queremos nos ser;
Por quanto ricos somos pobres nos sentimos.
No trovão que nos manda, forte por um grito
Sofrível, crente faça-nos por entender
Que filhos somos, Pai nos sendo: consentimos.
Barrinha, 19 de julho de 2020