Vejo como é que todas sombras se mudam, No grande trajeto que ímpar o do astro rei Paixão de que se louca; por quanto que lutam, Quanto chora sei, pelo tanto que eu chorei.
E do Leste deixa os céus avermelhando, Resulta infinito que está oposto Quando meio dia, a prumo apontando; Tudo mostra às sombras sendo o desgosto.
Apenas na musa a sombra permanece; Reflete beleza, encanto predileto No ser que amante, pobre se enlouquece Sufoca dor, amor torna irrequieto.
Sombras, amarguras, e quanto desengano, Loucuras que do amor, no entanto se faz Na sombra dos desejos ainda se profano Paixão que torna ensejos, os vê, não te vás!