"A MORTE DE UM VIRA LATAS."
Pelas noites frias, também sem lua;
Transeunte pelas ruas da cidade,
Quando a saudade se for, flutua
Na esperança, o peito invade.
Viaja o cão que nas ruas noto,
Os sacos rasgando, latas tombando;
Dali é que este a fome mata,
E a ira do povo aumentando.
Sem esperar que pedrada receba,
Perdendo a fome na dor a sentir:
Uivando de dor que esconder-se vai.
Sem saber quem o fizera, perceba
Deixar osso achado, e dor curtir,
A esvair-se pela fome, solo cai.
BARRINHA, 14 de maio de 2018.
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