RECORDO ainda com saudade de momentos que passados juntamente de um grupo nesta minha cidade todos com maior idade que a minha sempre procurei pessoas mais vividas e que poderia sempre tirar proveito e aprender pela vida de ambos.
Juntamente deste grupo todo final de semana íamos para o rancho e sempre com estes amigos...ferroviários,funcionários da prefeitura,da saudosa companhia paulista de força e luz,do grupo escolar,dos correios, militares,fiscais do IBAMA o que resta hoje, somente a saudade.
Retornando do rancho beira rio,o destino sempre fora o bar do senhor Yocimi Sawamura muito conhecido e popular cá na cidade de Barrinha.
Numa tarde eis que um ferroviário já bem alterado com as cervejas que bebia disse a um ex funcionário da prefeitura que era sanfoneiro e dos bons ...
Anézio,você vai fazer um acordo comigo aqui frente a tantas e tais pessoas em que também presenciei a referida conversa.
Presta bem a atenção,sou bem mais velho que você,tenho certeza de que vou morrer antes de você mas diante de tantas pessoas quero que me faça uma promessa para o meu velório.
Sim senhor como eram tratados os mais velhos,
Você vai tocar a musica último adeus.
Sim, vou sim senhor.
Duas semanas depois acontece o cujo falecimento;
Carro de som anunciando na cidade o falecimento de tal pessoa que aos tantos anos prestara serviços a comunidade e que estava sendo velado velório municipal
Convidava a toda a população para o adeus ao amigo.
O referido funcionário da prefeitura o então sanfoneiro foi chamado por um componente grupo,também ex funcionário da prefeitura municipal que pegasse a sanfona e sanfoneiro e levasse-o a um rancho bem acima daquele que nos pertencia e era de costume a gente ir.
La chegando a ordem dada:você vai tocar só aquela musica que o Décio pediu pra que você tocasse em seu tumulo.
Ordem dada ordem obedecida.
Ainda a noitinha pegaram uma canoa e descendo rio Mogi tocando na sanfona a mesma música.Desceu com o motor desligado e no silencio da noite aquela musica triste e chorosa fazia com que rancheiros viessem ao barranco e ouvindo,conhecendo-os convidassem-nos a tomar cachaça ...
O sanfoneiro chegou a enjoar de tocar a mesma música ...muitos nem mesmo entendiam,o sanfoneiro também não...e de cara cheia,não ia pensar nunca no ocorrido.
No outro dia sete horas da manhã de retorno pra cidade ia passar de frente o cemitério era caminho e eis que lá vinha o enterro.
UM OUTRO senhor,funcionário do grupo escolar parou o carro e mandou descer ...descemos e você traga a sanfona disse ao sanfoneiro.
Quando o caixão descia na tumba no silencio em que fazia,já chorando muito pelos familiares,o sanfoneiro rasgou o fole e das pessoas valentes que haviam dito nunca chorar, faziam empossar as lágrimas...isso tudo por uma conversa de bar.