No Canto da Tua Dor
No canto que se faz da tua dor
Horror que o pranto é sua saída,
Ainda não olhou ao redor o rico amor
Cultor que ofuscas presente a tua partida.
Compadecida não igualas a tal flor,
Sempre dói mais teu sentimento estarrecido!
Embrutecido aos outros faz-me desertor;
Rubor no amor ora que enternecido!
Reduzido a lágrimas florescer em incolor
Semeias ódio enquanto dão-te dorido
Palavras a que entenda luz de um amor.
Ao temor fugitivo se faz e faz-se ouvida;
Das palavras que entendo sem supor…
Casca de ferida ignorando o meu valor!
Barrinha,23 de outubro de 2010 – 2,27
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