Se poeta o sou ;Deusa me é!
Se poeta chamas-me deusa minha,
Em nosso hesitar mente confusa?
Notar teus rabiscos, nos meus continha:
Se orgulhoso, não pedir escusa!
Meiguice, leva teu poeta tratar-me!
A lucidez meu penar murmurante!
Quem na imensidão ouviu alarme?
Se, inspiro-me em ti, teu amante!
Em vagos caminhos os pensamentos,
Serve-se, do clima ao que semeia
O meu febril, plácido sentimento;
Busca-te em palácio,vagueia!
Sofrer: ora na mágoa outra na dor!
Deusa inspiradora, verto lágrimas,
Mãos dadas inveja, atrito, horror!
Se poeta sou, és deusa: se exprima!
Barrinha, 28 de outubro de 2017 14:46