Num triste canto, o soluçar de um cego
No canto e soluçar de um cego
Que dedilha uma viola pedindo ajuda...
Esta viola que declama isto não nego
Dá-lhe o pão de cada dia, rechonchuda!
Mas como não bastasse as vistas não ter
De um grande amigo surgiu grande sócio
Que do chapéu põe-se tranqüilo a recolher
Bastando ser pequeno,tornar isto negócio
Uma nota ,mais uma ,no bolso ele coloca
E grita que trabalhe melhor ao infeliz...
Que do que tinha no chapéu era-lhe troca
Afastastando,permanece o artista hostis
Larápio! O dia lhe é caro e pomposo demais
Mísero!do cego do ombro, é sua única valia
No final do dia percebe que o ganho era-lhe mais
Agradecendo ao roubo e à Deus ao que perdia.
Fora-lhe roubado e em que diferença faz...
Não foi assalto poupando-lhe então a vida
A este infeliz que a luz dos olhos não trás
Perdoa serenamente o guia que tem lhe traído
Quantos homens de saúde perfeita
Afugentam nos bares por dias e mês...
o cego toca e todos os dias,na espreita
o cidadão mostrando grande burguês
Rouba um cego e ainda num ato de covardia
do miserável ,infortúnio em que a luz não é dada ;
Roubando na vida...nada consegue de valia
tornando escravo do vício,ato imoderado!
Que sirva de exemplo a muitos amigos
No que a vida dá-nos quantos enganos
Mas por sorte não lhe correu perigo
Porém a vida dar-lhe-á golpes insanos;
Barrinha 21/04/08- 05:00 horas.
Antonio Israel Bruno
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antonioisraelbruno
Enviado por antonioisraelbruno em 17/06/2008
Alterado em 26/06/2008